A representação do deputado Wadih Damous contra o juiz Sérgio Moro – no caso da divulgação seletiva da delação de Palocci, às vésperas da eleição – provocou a Corregedoria Nacional de Justiça a dar 15 dias para que o magistrado, responsável pela Lava Jato no Paraná, apresente explicações.
A decisão é do corregedor do Conselho Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, que analisa a representação apresentada pelos deputados federais do PT Wadih Damous (RJ) Paulo Pimenta (RS), e Paulo Teixeira (SP), que defendem a punição do magistrado.
Após receber as informações de Moro, o corregedor vai decidir sobre o pedido de liminar de afastamento do juiz. O caso corre em sigilo no CNJ.
Os deputados do PT afirmam que houve uma tentativa de interferir nas eleições. “Distanciando-se do interesse público e visando exclusivamente contemplar interesses de sua notável predisposição, o representado disponibilizou conteúdo de uma delação sem provas poucos dias antes do pleito, com direcionamento partidário explícito, para atender aos interesses de criminalização de determinados indivíduos e da vida pessoal e política de certos investigados, sob o descompromisso com a preservação da legalidade e dos pressupostos do Estado Democrático de Direito, cujos valores é de sua obrigação funcional e ética preservar”, afirmaram.